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Selected Poems

Selected Poems

From the series To our Poets

(to Orides Fontela)

I left some roses here, near the end.
But they didn’t sound real,
they seemed human. They behaved like words,
with their cold curves and hard angles, arrows
of sound inside a box. You say FLOWER
with such cruelty. You make me understand
why every rose is an ex-rose.

(para Orides Fontela)

Coloquei rosas aqui, perto de algum final.
Mas não soavam reais,
pareciam humanas. Comportavam-se como palavra,
naquela frieza de curvas e ângulos contidos, flechas
de som dentro de uma caixa. Você diz FLOR
na crueldade crua. E me faz entender
porque toda rosa é ex-rosa.

(to João Cabral de Melo Neto)

You clean the apple
from what’s not knife: twenty slices
of the same apple split into twenty words.
But a bark suddenly breaks the crystal
and returns the whole dog to us, sanguine
and mystical, like a plump fruit dropping
into the swamp. And that river gets much thicker inside the man.

(para João Cabral de Melo Neto)

Você limpa a maçã
do que não é faca: vinte lâminas
da mesma maçã separam as vinte palavras.
Até que um latido quebra o cristal
e nos devolve o cachorro inteiro, sanguíneo
e místico, como uma enorme fruta que despenca
no mangue. E aquele rio fica muito mais espesso no homem.

From the series Animalia, in reference to the painting Lei da Selva, by
Luiz Zerbini.

[untitled]

A plant in the center of the tropical
square, macunaímica
A plant in the conic silence of flowers
native, on a black ruler.
A pop plant flushing purple in trash
bags, yellow in the river.
A plant flattened against the wall
showing some fur.
A crushed plant, corked.
A plant. A pla. A.

A planta no centro do quadrado
tropical, macunaímica.
A planta no silêncio cônico das flores,
inata, na régua preta.
A planta pop pondo roxo no saco
de lixo, amarelo no rio.
A planta planificada contra a parede,
exibindo a pelugem.
A planta quebrada, engradada.
A planta. A pla. A.

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